O que é Neurociência?

o que é neurociência

O sistema nervoso intriga muita gente, principalmente o funcionamento do cérebro, que esconde diversos mistérios. E é aí que entra a neurociência – área que estuda essa parte do organismo, realiza experimentos e busca explicar as capacidades humanas de forma mais abrangente.

O que há por trás das emoções? Por que cada indivíduo aprende de forma diferente? Como funciona a memória? Esses são alguns questionamentos que permeiam os estudos das diversas áreas dentro da neurociência, campo que também explora doenças, lesões cerebrais, envelhecimento, consciência, o impacto das drogas e os sonhos. 

Quais os 5 Ramos da Neurociência?

  • Neuropsicologia – representa uma interface entre Neurologia e Psicologia. Busca compreender de que maneira o cérebro influencia no comportamento, nas funções cognitivas.
  • Neurociência cognitiva – aborda o pensamento, aprendizado e memória.
  • Neurociência comportamental – tem relação com a psicologia comportamental; analisa a correlação entre fatores internos (como pensamento e emoções) e nosso comportamento perceptível (gestos, fala).
  • Neuroanatomia – estuda a estrutura anatômica dos componentes do sistema nervoso e suas funções.
  • Neurofisiologia – pesquisa as funções do sistema nervoso.

“A neurociência é muito vasta e abrange desde a área comportamental e reabilitação motora, até a cognição avançada. É possível estudar linguagem e memória, por exemplo; estudos em animais podem facilitar esse tipo de pesquisa que, por vezes, em humanos não é possível ou não pode ser feita por alguma questão ética”, afirma Dra. Analía Arévalo, uma das coordenadoras do curso de Especialização em Neurociências do HCX Fmusp

Um dos primeiros estudos sobre a neurociência no país foi realizado nos anos de 1940. O assunto, porém, só começou a se tornar mais popular a partir da década de 1970 – e continua ganhando espaço até os dias atuais. No Brasil, os interessados na área contam com especializações, como este curso do HCX. As graduações na área são muito comuns no exterior, onde já existem há mais de 20 anos. Assim, quem não teve oportunidade de cursar uma graduação em neurociências ou, ainda, profissionais de outras áreas que se interessem pela matéria e queiram nela desenvolver estudos acadêmicos podem contar com essa especialização. 

O que faz o neurocientista?

A tecnologia permitiu muitos avanços nos estudos do cérebro, já que exames e aparelhos facilitam a visualização do órgão em ação e podem mapear as atividades e funções. Por isso, o dia a dia do neurocientista varia conforme a sua especialização e campo de atuação.

Na neurociência básica é possível realizar experimentos em laboratórios com células individuais e estudar a reação de camundongos e macacos em laboratório. Já nas ciências cognitivas e comportamentais, estudam-se a linguagem e os déficits causados por lesões cerebrais – seja após Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou por trauma, por exemplo.

Já na área de reabilitação motora, os profissionais de neurociência estão aptos a desenvolver um exoesqueleto para pessoas que não têm um membro e a reabilitar pacientes com lesão raquimedular, dentre outros projetos e estudos científicos.

Como ser Neurocientista?

Engana-se quem pensa que o curso é voltado apenas para formados em biologia ou medicina. A especialização em Neurociência do HCX é multiprofissional e recebe as mais variadas áreas de conhecimento: psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e enfermeiros.

“Nosso curso foi criado para que as pessoas, tanto da área da saúde/biológica, quanto de profissões não correlatas, possam ter a oportunidade de entrar para a neurociência. Temos músicos, jornalistas e advogados, por exemplo. Tudo é passado de forma didática para que, através da especialização, os alunos possam ter o conhecimento necessário para propor um projeto de mestrado ou doutorado e se aprofundem mais”, comenta Dra. Analía. 

O fato de ser acessível torna o ambiente dinâmico, já que os alunos podem interagir com outras áreas do conhecimento e aprenderem diferentes pontos de vista da sociedade com os colegas de sala – uma maneira de vivenciar as múltiplas facetas do pensar, aprendidas na teoria durante o curso. Desta forma, é possível engrandecer discussões e enriquecer debates importantes para a ciência e para a sociedade. 

Além do aprendizado no curso de especialização do HCX, estudantes e pesquisadores de todo o País também podem contar com a Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC), entidade com 35 anos de história e mais de 3.300 membros que promove estudos e congressos sobre o tema.