A importância da Inteligência Emocional para os profissionais da Saúde

inteligência emocional

As nossas emoções estão relacionadas com as nossas percepções sobre o mundo. Elas são como um termômetro que fornecem diversas sensações de acordo com aquilo que vivenciamos ao longo da vida. Daniel Goleman, jornalista e autor de diversos livros sobre Inteligência Emocional, comenta sobre a impossibilidade de separar a razão das emoções, pois elas são o “pano de fundo” das decisões que tomamos no nosso dia a dia.

Goleman defende que a Inteligência Emocional é uma característica muito importante na motivação própria e controle do nosso estado de espírito. A competência emocional é uma capacidade que pode ser aprendida e que auxilia no desempenho profissional, alta performance e sucesso no ambiente de trabalho.

Por meio dela, podemos avaliar, controlar e expressar nossas emoções, desenvolvendo tanto a parte emocional quanto a cognitiva. Assim, temos a possibilidade de gerir nossas emoções e também as emoções que envolvem as nossas relações.

Inteligencia Emocional para conciliar vida profissional e pessoal

A Saúde é reconhecidamente uma das áreas em que os profissionais apresentam maior nível de estresse, segundo pesquisas. Enfermeiros, médicos, profissionais administrativos, técnicos e outros vivem sob uma carga exaustiva causada pela elevada quantidade de trabalho, contato próximo com a morte e agonia dos pacientes, conflitos no ambiente hospitalar e com os colegas de trabalho – situações que mexem muito com a mente humana.

As emoções influenciam continuamente a nossa relação com o outro e, para um profissional da área da Saúde, algumas influências podem interferir em suas relações com o seu paciente –aquelas que envolvem a morte, por exemplo, influenciam tanto o seu comportamento quanto o comportamento do outro.

Para ter sucesso na comunicação e na administração das situações, é importante acessar as próprias emoções e chegar o mais próximo possível da Inteligência Emocional. Assim, o profissional terá mais facilidade em lidar com as intercorrências no ambiente hospitalar, podendo se tornar um profissional equilibrado e capaz de tomar as melhores decisões.

Em uma pesquisa recente, foi analisado como a Inteligência Emocional se relacionava com as competências que eram exigidas nos currículos da área da Saúde. O estudo revelou que os cuidados com os pacientes/pessoas que estão ao redor, o profissionalismo nesse cuidado e as habilidades de comunicação interpessoal estão diretamente ligados à postura de profissionais que possuem Inteligência Emocional.

Essa pesquisa pode ajudar a entender porque algumas pessoas que trabalham na área têm mais habilidade em reconhecer as emoções (suas e das pessoas) e dominá-las.

A Inteligência Emocional é um fator de relevância na relação entre o paciente e o profissional; com ela desenvolvida entre os profissionais de saúde, muitos pacientes afirmam se sentir mais seguros e confiantes, o que é vantajoso para todos no processo. Um dos componentes de maior importância em sua busca é a empatia.

A pesquisa mostrou que os profissionais com Inteligência Emocional foram rapidamente associados àqueles com maiores avaliações de conhecimentos, como a capacidade de liderar, a eficiência em momentos de pressão nas organizações e também a aptidão em lidar com a morte.

Como ter controle emocional?

Tentar banir ou racionalizar as emoções pode atrapalhar a relação que se tenta estabelecer com pacientes, familiares e colegas de trabalho, entre outros.

Desde jovens, aprendemos a separar a razão das emoções, colocando-as em oposição. Essa não é uma boa separação, já que influencia na forma como pensamos, tomamos decisões e realizamos escolhas.

É fato que pessoas que sabem gerir suas emoções têm mais facilidade para alcançar a alta performance e o sucesso na carreira profissional e na vida como um todo. Têm mais satisfação com a vida, melhor percepção para solucionar problemas, além de terem reduzido o nível de ansiedade e estresse!

A gestão das emoções é um dos pilares da vida que temos que equilibrar para alcançar o sucesso e atingir a alta performance, profissional e pessoal.

Ao entrar em seu ambiente de trabalho, um profissional da área da Saúde reconhece os sentimentos que podem surgir: cansaço, estresse, raiva, desafetos e falta de motivação, entre outros.  Ao observar essas emoções, esse profissional poderá identificá-las com facilidade se pausar e olhar para cada sentimento, encontrando o porquê deles. Ao fazer essa análise, ele aprende a administrar suas emoções, entendendo quais são as possíveis consequências caso isso se prolongue.

Dicas para estimular a Inteligência Emocional

Segundo Goleman, “não é possível afastar as emoções das pessoas. O desafio é entendê-las e gerenciá-las em nós mesmos e nos outros!”.

A ZenEconomics, empresa que visa ajudar os profissionais de todas as áreas a se autodesenvolverem, preparou dicas para o profissional da área da Saúde possa exercitar a Inteligência Emocional no seu dia a dia, aprimorando suas relações e tornando-se melhor naquilo que faz.

  1. Identifique suas emoções no momento em que elas aparecem
    Ao perceber que um sentimento está te invadindo, pergunte-se: O que estou sentindo agora?
  2. Faça uma avaliação das consequências dos seus atos e palavras
    Antes de falar/fazer alguma coisa, faça uma avaliação interna sobre as suas atitudes e perceba quem a está movendo (razão ou emoção).
  3. Administre seus pensamentos
    Tente buscar pensamentos e emoções que sejam positivos e que te façam agir de forma racional.
  4. Perceba os sentimentos alheios
    Como um profissional da Saúde, é preciso compreender a importância de perceber os sentimentos dos outros de forma generosa e empática. Perceber o sentimento alheio é o primeiro passo para perceber os próprios sentimentos.
  5. Desenvolva o autocontrole, automotivação e habilidades nas relações
    Em uma relação com familiares de um paciente, por exemplo, é importante reconhecer os seus limites e desenvolver o autocontrole, utilizando-o de forma positiva para ambos. Compreenda os sentimentos e emoções, escute, deixe que o som de cada palavra que você fale reverbere em você. Isso pode facilitar na hora de assimilar o que o outro está pensando/falando.
  6. Identifique suas habilidades e limitações
    Não adianta começar a utilizar as dicas sem entender o porquê de trabalhar a Gestão Emocional e sem compreender quais são as suas próprias facilidades e dificuldades. É fundamental que possam entendê-las de maneira verdadeira. Se tiver dificuldades, pergunte aos colegas de trabalho ou familiares. Isso vai ajudá-lo a melhorar os pontos fracos.
  7. Respeite
    Saber respeitar as opiniões, visões e crenças dos pacientes, familiares e colegas de trabalho é crucial para evitar discussões, desafetos e quaisquer dificuldades que tenham nas relações. Seja flexível com as opiniões e evite que um simples comentário possa colocar em jogo aquilo que está construindo.
  8. Comunicação construtiva
    Para a comunicação, é importante sempre ouvir o que o outro tem a dizer antes de falar ou criticar. Assim, o ambiente se torna propício ao diálogo e contribui para uma comunicação assertiva tanto com a equipe de trabalho quanto com os pacientes e familiares.
  9. Seja um motivador
    A saúde das suas emoções também está associada à sua motivação e à da equipe com quem trabalha/se relaciona. Quando há motivação em fazer algo por uma causa maior, o trabalho fica ainda mais satisfatório e traz bons resultados. Em um estudo sobre o estilo de liderança de um enfermeiro-chefe, por exemplo, concluiu-se que aquele enfermeiro que leva em consideração os sentimentos e emoções dos demais enfermeiros de sua equipe, é considerado o maior motivador do grupo para atingir os objetivos. Dessa forma, a equipe trabalha por prazer e não por obrigação, desenvolvendo um trabalho de qualidade e promovendo o bem-estar dos pacientes, principal alvo da estrutura hospitalar.

Especialização em Psicologia e Saúde Mental

O HCX Fmusp oferece diversos cursos em Psicologia e Saúde Mental, nas modalidades presencial e EAD. A iniciativa atende a uma demanda cada vez mais crescente por profissionais na área.  Estudos recentes divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) posicionaram o Brasil entre os líderes mundiais em transtornos como ansiedade e depressão.

Conheça alguns cursos: 

Especialização em Psicologia Clínica Hospitalar – Possibilita ao psicólogo a integração dos conhecimentos teóricos à prática no contexto hospitalar e desenvolve condutas éticas com foco na excelência profissional. 

Terapia Comportamental e Cognitiva em Saúde Mental – Capacita o profissional a tratar os principais transtornos psiquiátricos e problemas de saúde mental, assim como a compreender as dificuldades primordiais da clínica psiquiátrica contemporânea.

Especialização em Psicoterapia Dinâmica Breve – Habilita profissionais atuantes na área de saúde mental, médicos e psicólogos para realizarem psicoterapia breve de orientação psicanalítica tanto no âmbito institucional como no privado. 

Especialização em Neuropsicologia e Saúde Mental – Qualifica o psicólogo na intervenção diagnóstica e terapêutica junto aos transtornos neuropsiquiátricos, bem como nas equipes interdisciplinares de saúde em instituição hospitalar psiquiátrica. 

Especialização em Neurociências – Proporciona desde os conceitos neurocientíficos básicos até aspectos avançados de processos cognitivos e mentais, passando por aspectos de metodologia, redação científica, estatísticas e neurociências aplicadas.

Interessados em saber mais sobre os cursos em Saúde Mental podem acessar diretamente o site do HCX.