A Residência Médica (RM) é uma das fases mais importantes para o profissional da saúde; durante esta etapa acontecem as principais vivências na área em que o médico irá se especializar. Essa modalidade de ensino de pós-graduação, que confere o título de especialista, completou 75 anos em 2019 – uma conquista para a medicina como um todo.
E qual é o retrato da RM hoje? De acordo com os dados divulgados na Demografia Médica no Brasil, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), no País, cerca de 40% das vagas de residência médica não são ocupadas.
“A Residência Médica, da forma como é estruturada atualmente, começou em 1977 no Brasil, pelo Decreto nº 80.281. Os médicos só ingressam em programas de RM após um processo seletivo e chamamento público, e o tempo de especialização costuma durar entre dois e cinco anos, dependendo da atuação”, explica a Profa. Vera Koch, presidente da Comissão de Residência Médica (COREME) da Faculdade de Medicina da USP.
Em caráter exploratório, a partir de documentos e consultas aleatórias, o estudo Demografia Médica no Brasil levantou que o problema é multifatorial, decorrente de diferentes situações. Parte das vagas de RM deixa de ser preenchida mesmo com candidatos selecionados e aptos. Os principais motivos são: desistências de médicos residentes de 1º ano, que deixam de se apresentar ao programa ou de justificar a ausência, matrícula em outro programa que tenha gerado vaga, incompatibilidade com a RM escolhida e dificuldade de adaptação ao local da oferta.
O estudo mostra que a grande maioria dos egressos (80,2%) pretende fazer Residência Médica. Nesse grupo, 57,8% têm a intenção de cursar a modalidade em outra escola ou instituição que não aquela onde estudou; já os outros 22,4% devem seguir no mesmo local em que concluíram o curso – entre os médicos de escolas públicas, 34% têm essa intenção.
Ainda no levantamento realizado, a pesquisa revela que na região Sudeste é onde se encontra o maior índice de médicos residentes (58,5%) do País. Entre as 55 especialidades médicas, reconhecidas pela Comissão Mista de Especialidades (CME), 40% dos médicos residentes de todo território nacional estão concentrados nas áreas de Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral e Ginecologia Obstétrica.
Outro estudo sobre o tema, via Sistema Informatizado da Comissão Nacional de Residência Médica (SisCNRM) e Sistema de Informações Gerenciais do Pró-Residência (SIGResidências), divulgado na revista Consensus, veículo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), afirma que o número de vagas de residência autorizadas é de 56.255, sendo 40.333 ocupadas. A taxa de ociosidade média das vagas no Brasil é de 29,3%, com os maiores índices nos Estados do Amapá, Roraima, Alagoas e Mato Grosso do Sul.
Não passei na residência médica: o que fazer?
Aos que não conseguem aprovação imediata na RM, após finalizar o curso de Medicina, há opções viáveis e compensadoras de estudo para se preparar e buscar nova tentativa.
“Uma boa alternativa é investir em cursos de especialização; o profissional pode utilizar esse intervalo não apenas para revisar, mas para somar conhecimento em subespecialidades, além de desenvolver aptidão também prática para conduzir exames e tratamentos. Em uma nova tentativa de prova, se sentirá mais seguro e terá o conhecimento mais maduro e aperfeiçoado”, sugere a Profa. Vera Koch.
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Não se desmotive pela não aprovação imediata: é possível conquistar a oportunidade da Residência Médica!