HCX e IPq HCFMUSP lançam o Projeto Ser Integral

Ser Integral HCFMUSP

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, por meio do HCX e do Instituto de Psiquiatria (IPq), lançou o Projeto Institucional Ser Integral HCFMUSP : Saúde como Fonte de Vida. O objetivo é contribuir para a promoção da saúde, prevenção de doenças e ajudar a cultivar o bem-estar individual e coletivo por meio de experiências em educação e práticas holísticas.

O Projeto visa oferecer informação de qualidade, conhecimento e diversos serviços, como aulas, palestras, massagens, psicoterapia, acupuntura, orientação para a realização de exercícios físicos e Práticas Integrativas e Complementares (PICS), isto é, tratamentos com recursos terapêuticos baseado em conhecimentos milenares. As PICS do Ser Integral incluem, entre outras, meditação, ioga terapia, aurícula terapia e cromo terapia. Os serviços são destinados aos colaboradores do complexo HCFMUSP, organizações e à comunidade em geral.

Através dessas experiências educacionais e práticas holísticas, o Ser Integral HCFMUSP disponibilizará trilhas de conhecimento para melhoria do bem-estar físico, mental, social e espiritual. Tudo para ter uma população feliz e comprometida com a própria saúde.

O que é bem-estar e saúde?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a saúde como um “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de afecções e enfermidades”. Leva em conta não apenas o corpo, mas também a mente e até mesmo o contexto no qual o indivíduo está inserido.

O Ser Integral defende que não há saúde plena sem bem-estar, esse continuum dinâmico e fluido influenciado por muitas dimensões interconectadas. O desafio humano é justamente encontrar o equilíbrio ao longo das muitas estações da vida.

Mas, afinal, o que define bem-estar? Expressão bastante utilizada no dia a dia, teve sua compreensão mudada ao longo dos anos. Atualmente, seu conceito considera oito dimensões interconectadas:

Bem-estar Social: referente à qualidade nos relacionamentos interpessoais, seja entre amigos, familiares, colegas de trabalho e parceiros.

Bem-estar Mental: Relacionado à manutenção de uma mente aberta ao se deparar com ideias e conhecimentos novos.

Físico: leva em conta a prática de atividades físicas e seus benefícios.
É se exercitar, ter uma boa saúde física e saber reconhecer quando algo pode estar errado com o corpo.

Emocional: ligado à compreensão dos sentimentos e ao fato de ter que lidar com o estresse. É buscar aprender e crescer com cada experiência.

Espiritual: conjunto de valores que ajudam na busca por um sentido e propósito para vida. Pode se dar pela religião ou relaxamento. É entender quais destes recursos podem ser usados para lidar com as situações do dia a dia.

Financeiro: relacionado ao gerenciamento das despesas. Dinheiro é essencial e saber lidar com ele é ainda mais importante do que ter uma grande quantia. É tomar cuidado para que os bens materiais não sejam motivo de cansaço, ansiedade e nervosismo.

Ambiental: É se preocupar com o meio ambiente, ter um estilo de vida que respeite o que está ao nosso redor, em especial a natureza. Preservar o meio ambiente representa uma forma de desenvolvimento dessa dimensão. 

Ocupacional: Se trata de aproveitar os esforços ocupacionais e as contribuições oferecidas no trabalho. Tem a ver com satisfação pessoal e profissional.

Bem-estar dentro dos Hospitais

Devido as oito dimensões, o projeto Ser Integral HCFMUSP pode ser considerado como um centro de bem-estar hospitalar. Representa um novo e integrado olhar, que chama os hospitais e unidades de saúde a serem cada vez mais hubs de promoção da saúde e menos de tratamento de doenças.

Cada vez mais disseminados em diversos países, esses centros são uma via de mão-dupla. Por um lado, contribuem para uma redução de gastos em tratamento de doenças. Do outro, proporcionam real melhoria na qualidade de vida e ajudam a conscientizar as pessoas a cuidarem da saúde de forma plena.

Não faltam exemplos sobre essa mudança de perspectiva de gestão em saúde, direcionada à qualidade, e não na quantidade de cuidados. Vários deles vêm dos Estados Unidos. “A onda do futuro é focar menos na doença e mais na prevenção, promoção da saúde e bem-estar”, afirma Joan Phillips, vice-presidente de Serviços Clínicos da Beaumont Health, o maior centro hospitalar de Michigan, nos EUA. “Nossa comunidade e nossos funcionários querem e precisam de um lugar para melhorar sua condição física, assim como o seu bem-estar”, complementa.  

Os centros de bem-estar vinculados a hospitais, tal como o Ser Integral HCFMUSP, representam muito mais que um simples benefício oferecido no local de trabalho. É um modelo integrado do ponto de vista médico. “Oferecemos muitos serviços que a academia que cobra US$10 por mês não disponibiliza”, destaca Scott Kashman, diretor administrativo do Hospital Cape Coral, na Flórida. “Examinamos os fatores de risco à saúde e estamos bem treinados para fornecer um programa para ajudar a mitigar esses riscos. Avaliamos anualmente todos os participantes para dimensionar os progressos e atribuir responsabilidades a cada um sobre sua própria saúde”, acrescenta. 

Wellness como Fonte de Receita

Não bastassem os ganhos tangíveis em qualidade de vida e conscientização sobre saúde, os centros de bem-estar – wellness, em inglês – têm uma participação importante em um dos maiores gargalos nos hospitais: a receita.

Estudos realizados pela Medical Fitness Association mostram retorno sobre investimento de até 10% com a construção e instalação desses centros. Financiados com custos próprios ou mesmo através de parceiros e captação externa, esse tipo de instalação é um novo e promissor caminho. “Os hospitais focados no futuro estão começando a falar sobre o centro de bem-estar como a nova porta de entrada para o seu sistema de saúde”, ressalta Robert D. Boone, presidente e diretor-executivo da Medical Fitness Association, na Virgínia.

Com os centros de bem-estar, é possível manter as pessoas fora do hospital por mais tempo, inclusive, muitas vezes, ensinando-as a não ficarem doentes. Assim, sem pessoas para ocuparem um leito, novos não terão de ser construídos. A longo prazo, isso tende a diminuir de maneira drástica as despesas e necessidade de investimentos.

Direcionar esforços em bem-estar e qualidade de vida tende a ser um caminho sem volta, que traz recompensas a todos: Hospitais, organizações e à sociedade. Um percurso que o Ser Integral: Saúde como Fonte de Vida se propõe a trilhar.