Qual a importância da Vacinação no Brasil?

Importância da Vacinação no Brasil

Motivo de orgulho internacional, mas também de revolta e preocupação: a vacinação no Brasil já passou por diversos cenários desde que chegou ao país, em 1804, quando a contaminação por varíola era predominante. Depois da imunização, os últimos casos da doença foram registrados em 1971. 

E o sucesso para a população não parou por aí: as campanhas de vacinação brasileiras conseguiram eliminar a poliomielite, a rubéola e o país recebeu até certificado de erradicação do sarampo – perdendo-o em 2019, pela baixa taxa de aplicações e novos casos da doença.

A vacinação é a forma mais eficaz de se proteger contra diversas doenças e de diminuir a intensidade dos sintomas. Algumas vacinas não são somente para crianças, e é muito importante manter a carteirinha de vacinação atualizada, pois a imunização em massa protege todas as pessoas da comunidade e diminui o risco de contágio.

Quais os tipos de Vacinas?

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil é uma referência internacional de saúde pública desde 1973, quando foi criado. Existem no Brasil duas fábricas para produzir vacinas: Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan.

Atualmente, o país é um dos que mais oferece vacinas à população, disponibilizando mais de 300 milhões de doses gratuitas anualmente – sem contar os atuais imunizantes contra o coronavírus –, que são distribuídas nas 37 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS). São 19 tipos diferentes, que protegem contra 20 tipos de doenças.

As vacinas disponíveis são feitas de diferentes maneiras:

  • Vírus inativo: contém amostras do vírus morto, e é a técnica mais comum entre os imunizantes;
  • Vetor viral: a proteína de um vírus ativo é inserida em outro vírus que não se replica no corpo;
  • Baseadas em RNA: cientistas modificam alguns genes do vírus, e o organismo humano gera resposta imune;
  • Subunidade proteica: são feitas com fragmentos do vírus. A proteína isolada cria um mecanismo de imunização. 

Apesar da maioria ser administrada por injeção, o SUS também conta com vacinas por via oral, como é o caso da VOP, contra a poliomielite.

Vacinação contra a Covid-19

Frente ao enorme desafio provocado pela pandemia da Covid-19, a vacina assumiu um protagonismo ainda maior no Brasil e no mundo. Na ausência de remédios cientificamente eficazes, a imunização se torna a saída mais eficaz – aliada à adoção de medidas de higiene e distanciamento social – para diminuir a proliferação do novo coronavírus. 

O Brasil iniciou a vacinação no dia 17 de janeiro deste ano e, até o momento, 2,05% da população recebeu as duas doses do imunizante. Outras 12 milhões de pessoas (cerca de 6%) receberam a primeira dose, segundo dados das secretarias de saúde levantados pelo consórcio de imprensa. São usadas atualmente duas vacinas contra a Covid-19: a CoronaVac, fruto de uma parceria entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, e a Oxford/AstraZeneca. 

Único país a vacinar 80 milhões de pessoas em três meses, feito atingido na campanha de 2010 contra o vírus H1N1, o Brasil coloca seu histórico à prova. E as vacinas se mostram, mais uma vez, um antígeno seguro e essencial para salvar vidas. 

Vacinas contra a Covid-19: Perguntas e Respostas 

  1. Vacinas contra a Covid-19 causam alergia?

Todo produto químico pode provocar alergia, até mesmo cosméticos amplamente usados. Entretanto, não há registro até o momento de reações alérgicas relevantes relacionadas às vacinas contra o novo coronavírus.  

  1. Posso pegar a Covid tomando uma vacina feita com o vírus da doença? 

Não existe esse risco, pois as vacinas são produzidas sem usar o coronavírus completo. O imunizante AstraZeneca utiliza outro vírus, inofensivo. A CoronaVac usa o coronavírus inativado, que não tem capacidade de se replicar no organismo humano.    

  1. Posso tomar duas vacinas diferentes? 

Não é recomendável tomar um tipo de vacina contra a Covid-19 na 1ª dose e outro tipo na segunda dose. 

  1. Após a segunda dose a pessoa já está imunizada? 

Não. Os estudos indicam que o tempo médio para a maturação do sistema imunológico é de um mês. 

  1. Pessoas com câncer, diabetes ou alguma doença cardíaca podem ser imunizadas? 

Sim. Inclusive, pessoas com câncer, diabetes e com comorbidades estão incluídos nos grupos prioritários de vacinação contra a Covid-19. 

  1. Quais as principais contraindicações?

Pessoas com hipersensibilidade a algum componente da vacina ou que tiveram reação grave (anafilática) confirmada a uma dose anterior do imunizante. 

– Como precaução, pessoas com quadros febris moderados ou graves devem adiar a vacinação até a melhora clínica. 

– No caso da CoronaVac, pacientes que fazem uso de imunoglobulina humana devem ser vacinados com pelo menos um mês de intervalo entre a administração e a vacina. 

– Pessoas infectadas com a Covid-19, mesmo assintomáticas ou com poucos sintomas, devem aguardar um prazo mínimo de quatro semanas do início dos sintomas ou a indicação da positividade do PCR para serem imunizadas. 

  1. CoronaVac é segura? 

Sim. A vacina produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, é segura e produz resposta imune à Covid-19. A China é um dos maiores produtores de vacina do mundo e os processos passam pelos crivos do governo chinês e também dos países que recebem o imunizante, como o Brasil.  Ao todo, 12 países usam a CoronaVac, incluindo Chile e Turquia. 

  1. Quem já foi vacinada ainda pode transmitir o vírus? 

Até o momento não há estudos que mostrem a eficácia da vacina para prevenir a transmissão. 

  1. Posso deixar de usar máscara depois de tomar a vacina? 

Não. Medidas como uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos devem continuar sendo adotadas para evitar a transmissão do vírus. 

  1. Quem já teve a Covid-19 precisa tomar a vacina?

Sim. Estudos indicam que a defesa gerada pela vacina parece ter mais potência e ser de qualidade diferente à da infecção natural. Assim, é importante que mesmo pessoas que já tiveram a Covid-19 tomem o imunizante.

Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS), HCFMUSP, Organização Pan-americana de Saúde e Secretaria de Saúde de São Paulo.