Inovação em Saúde: o que esperar do futuro?

Na edição de outubro de 2019, a revista norte-americana Time fez uma matéria sobre as 12 inovações que provavelmente mudarão os cuidados de saúde e medicina neste ano. As novidades vão desde equipamentos de ultrassom que cabem no bolso a realidade virtual que promete ajudar em reabilitações e inteligência artificial para detectar tumores de pulmão. O HCX Fmusp apresenta aqui um compilado das principais inovações em saúde.

Uma das promessas de inovação na saúde e medicina, que já está sendo testada desde março do ano passado, é o Flight Forward. Criado por David Abney, trata-se de um  drone que entrega suprimentos médicos em uma distância de até 150 metros. E já é uma realidade! Em outubro, a Administração Federal de Aviação (FAA – sigla em inglês) concedeu à empresa a aprovação para expandir o serviço para 20 hospitais dos Estados Unidos.

Um banco de dados capaz de reunir informações do estilo de vida de diversos indivíduos: a Evidation, empresa de big data da Califórnia, desenvolveu essa ferramenta – por meio de informações de 3 milhões de voluntários que forneceram seus dados. “Esse trabalho já levou a dezenas de estudos revisados ​​por pares, sobre assuntos que variam de sono e dieta a padrões de saúde cognitiva”, diz a reportagem.

 

Big data na Saúde: uso de dados para salvar vidas

A diabetes, tão popular, também está no foco das inovações. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 13 milhões de pessoas no Brasil sofrem com a doença, e no mundo já somam 420 milhões, de acordo com a ONU. E há uma inovação que promete ajudar bastante com a cura de diabetes. A criação da Doug Melton está em desenvolvimento desde 2014, e o objetivo é usar células-tronco para criar células que produzam insulina, para que os diabéticos não precisem mais medir a glicose diariamente ou tomar medicamentos para a doença.

“Uma grande limitação ameaça atrapalhar a era da medicina personalizada: as pessoas de descendência caucasiana são uma minoria na população global e, no entanto, representam quase 80% dos indivíduos na pesquisa do genoma humano, criando pontos cegos na pesquisa de drogas”, diz a reportagem. E, para mudar justamente este cenário, o Dr. Abasi Ene-Obong fundou a startup Nigeriana 54gene (nome devido aos 54 países da África). A empresa está fornecendo material genético de voluntários em todo o continente, para tornar a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos mais igualitários, propiciando um banco biológico global mais diversificado.

Remover obstáculos e inovar a pesquisa tradicional médica também está na lista. O Parker Institute for Cancer Immunotherapy, estabelecido pelo cofundador do Napster e ex-presidente do Facebook, Sean Parker, é uma rede das principais instituições na luta contra o câncer. A matéria explica: “Todos os institutos participantes concordaram em aceitar uma decisão de aprovação de qualquer um de seus respectivos Comitês de Revisão Institucional, o que ‘nos permite realizar grandes ensaios clínicos em semanas e não em anos, e a custos mais baixos’, diz Parker”.

 

Inovações em saúde que vão além da tecnologia tradicional

Já imaginou uma pulseira que pode ler sua mente? Este é o caso da pulseira kit CTRL, criada por Thomas Reardon, que detecta os impulsos elétricos que conectam o cérebro aos músculos. A inovação pode ajudar pacientes em reabilitação de doenças como Parkinson, esclerose múltipla, ou até quem sofreu algum derrame.

Um ultrassom no bolso também é destaque de tecnologia, proporcionando muito mais facilidades. Criado por Jonathan Rothberg, o equipamento já é utilizado por alguns médicos desde 2018. Toda essa inovação é conectada por um chip e um aparelho celular por meio de um aplicativo.

A inteligência artificial não ficaria fora dessa lista de inovações da saúde e medicina; de acordo com Shravya Shetty, líder de uma equipe de pesquisa do Google Health, o objetivo é usar a tecnologia para o diagnóstico precoce de câncer de pulmão – o treinamento foi realizado em mais de 45 mil exames de tomografia computadorizada.

Outra inovação que envolve a inteligência artificial é a de leitura de todos os artigos científicos. A empresa BenevolentAI criou algoritmos para vasculhar documentos de pesquisa, resultados de ensaios clínicos e outras fontes de informação biomédica em busca de relações anteriormente negligenciadas que envolvem genes, drogas e doenças. O objetivo é auxiliar e facilitar, por meio da tecnologia, o acesso a trabalhos de pesquisa revisados por pares, para que não haja sobrecarga deste trabalho a um indivíduo.

Outras inovações que provavelmente mudarão os cuidados de saúde e medicina em 2020 envolvem atendimento “varejista” de saúde, tecnologia 3D e realidade virtual:

• Health Center, um novo conceito de centro médico do Walmart criado para inovar no atendimento de saúde. Um local onde pacientes conseguem obter atendimento primário, exame de vista, dentários, de raios X, eletrocardiogramas e muito mais por preços acessíveis;
• Para as pessoas que sofrem com problemas cardíacos, um sistema da empresa HeartFlow, criado por Charles Taylor, pode ajudar quem precisa passar pelos procedimentos de cateterismo. A inovação auxilia no diagnóstico e melhora do tratamento: “O sistema cria modelos 3D de ‘corações digitais’ que podem ser ampliados para que os médicos possam simular diversas abordagens nas telas”, de acordo com a matéria;
• A realidade virtual também promete ajudar pacientes que estão em reabilitação após algum trauma. A ideia foi desenvolvida por Isabel Van Keere, fundadora e CEO da Immersive Rehab, uma startup em Londres, cujo objetivo é inovar a reabilitação neurológica, criando novos exercícios com a realidade virtual. O método, que têm recebido feedbacks positivos, utiliza a plasticidade do cérebro para reparar as vias neurais, aumentar a quantidade de dados para medir o progresso e adaptar os programas.

Inovação no HC

Muitas inovações surgem de desafios diários e pequenas ideias ou sugestões para enfrentá-los. Com o objetivo de reunir pessoas e empresas que precisam de soluções a equipes dispostas a desenvolvê-las, o Hospital das Clínicas inaugurou, no ano passado, o InovaHC.

Trata-se de um movimento com o objetivo de incentivar a inovação dentro e fora do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Esta missão é cumprida por meio de um ecossistema que promove a transferência de conhecimento científico, tecnológico e cultural entre os setores público e privado, contribuindo ativamente com o avanço da saúde no Brasil.

Conheça, envolva-se, faça a inovação ser realidade na sua rotina!